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EEG: Origem e Medição-2

Fernando Lopes da Silva

Introdução à Eletrofisiologia  do Cérebro

A existência da atividade elétrica do cérebro (ou seja, o eletroencefalograma ou EEG) foi descoberta há mais de um século por Caton.  Após a demonstração de que o EEG poderia ser registrado a partir do couro cabeludo humano por Berger na década de 1920, ele fez um início lento antes de   se tornar aceito como um método de análise das funções cerebrais na saúde e na doença. É interessante notar que essa aceitação veio somente após a demonstração de Adrian e Mathews (1934) de que o EEG, ou seja, o ritmo alfa, provavelmente foi gerado nos lobos occipitais do homem, e não era artefato. No entanto, as fontes neuronais do ritmo alfa permaneceram indefinidas até a década de 1970, quando demonstramos, em cães, que o ritmo alfa é gerado por uma camada de dipolo enlatada nas camadas IV e V do córtex visual (Lopes da Silva e Storm van Leeuwen 1977).   Pode não ser surpreendente que os mecanismos de geração e o significado funcional do EEG tenham permanecido controversos por um tempo relativamente longo, considerando a complexidade dos sistemas subjacentes do neuronal.     geradores, por um lado, e a transferência bastante envolvida de sinais da superfície cortical para o couro cabeludo devido às propriedades topológicas e elétricas do condutor de volume (cérebro, líquido cefalorraquidiano, crânio, couro cabeludo), por outro.

O EEG consiste nas atividades elétricas somadas de populações de neurônios, com uma modesta contribuição das células gliais.   Os neurônios são células excitáveis com propriedades elétricas intrínsecas características, e sua atividade produz campos elétricos e magnéticos. Esses campos podem ser registrados por meio de eletrodos a uma curta distância das fontes (o EEG local ou potenciais de campo local, LFPs), ou da superfície cortical (o eletrocorticograma ou  ECoG) ou a distâncias mais longas, mesmo do  couro cabeludo (ou seja,  o EEG, no  sentido  mais comum).  O MEG associado é geralmente registrado através de sensores que   são altamente sensíveis a mudanças nos campos magnéticos neuronais muito fracos, que são colocados   a curtas distâncias   ao redor do couro cabeludo.

[…}Uma análise abrangente, erudita e pondera  desses e de outros ritmos cerebrais pode ser encontrada na monografia de Buzsáki (2006) Ritmos do Cérebro.

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