NEUROMODULAÇAO

NEUROMODULAÇAO

A Neuromodulação utiliza técnicas e instrumentos que tem o propósito de modular a resposta neuronal, através de indicadores fisiológicos e recursos de aprendizagem. Surgiu a partir do registro eletroencefalográfico, em tempo real, e ainda é o método dominante, haja vista outros métodos como a Ressonância Magnética Funcional, Espectroscopia Funcional por Infravermelho e Magnetoencefalografia, incipientes.


Durante o procedimento o sujeito é conectado ao equipamento para registro de dados fisiológicos neurais, os quais são processados e devolvidos ao sujeito de imediato, visando a alteração fisiológica rumo a um alvo determinado, sendo reforçado em função do processo de autorregulação.


O Neurofeedback é um tipo de neuromodulação que faz estimulação cerebral não invasiva e utiliza o eletroencefalograma quantitativo (QEEG) para registrar a atividade elétrica existente no escalpo, resultado do potencial de ação das células piramidais.

Possui alto nível de resolução temporal, permitindo feedback em milissegundos.

Utiliza, associado ao sistema Neuroguide, o software LORETA – tomografia eletromagnética de baixa resolução, para aumentar a resolução espacial do EEG, e obter a localização tridimensional da atividade do EEG no espaço cerebral, a partir da informação do sinal captado no escalpo.

A simultaneidade de resolução temporal e espacial do sinal assegura especificidade da atividade elétrica do EEG. (Oscar F.Gonçalves e Paulo Boggio, 2016).

 A regulação da atividade elétrica obedece a padrões estabelecidos em protocolos para treinamento cerebral, que associam redes neuronais às condições clínicas.

Para o cérebro realizar a mudança almejada nas redes neuronais, foram desenvolvidas tecnologias com fundamentos neurocientíficos, capazes de medir a atividade elétrica em grande escala, diz Miguel Nicolelis, brasileiro, médico neurologista, que comanda o Laboratório de Bio-engenharia na Universidade de Duke na Carolina do Norte –EUA.

Ele afirma que a Neurociências é o caminho para a indústria do cérebro, que movimenta bilhões de dólares.

E, que o cérebro é único ao estudar a si mesmo, realizando tudo o que somos, na perspectiva de circuitos.

 Através dos séculos, pesquisadores desenvolvem estratégias para modular o funcionamento cerebral. Esses avanços foram tornando-se consistentes com o desenvolvimento da neuroimagem e da informática.


A Neuromodulação inclui a autorregulação, que trata de promover treinos para que os indivíduos adquiram a capacidade de modular sua própria atividade neural, através de feedback’s- respostas emitidas por som, imagem ou tátil, de forma a ensinar ao cérebro novos caminhos neuronais, por meio do condicionamento operante e reforço positivo.

O comportamento humano é objeto de estudo da Psicologia, refletindo o funcionamento do substrato neuronal articulado no cérebro pelos impulsos elétricos, que geram redes neurais conectando áreas do cérebro em circuitos.

 No momento histórico do surgimento da Psicologia, no término do séc. XIX, desconhecia-se mecanismos que impactavam processos biológicos, psicológicos e bioquímicos no cérebro.

Somente com avanço da Neurociências, se reconhece que os processos psicológicos se encontram intimamente associados aos processos biológicos, assim como indutores de plasticidade neuronal. (Gonçalves e colegas, 2006-Univ. do Minho).

 A psicoterapia(PT), reúne metodologias, para alterar processos mentais associados a diversas condições clínicas. (Oscar Gonçalves e Paulo Boggio, 2016).

A associação da psicoterapia à neuromodulação tem demonstrado excelentes resultados nos tratamentos de saúde mental.